1 – O
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: A RAZÃO DE SISTEMATIZAR E CONDUZIR OS PROCESSOS
EDUCATIVOS DA ESCOLA.
A Escola Major José Tenório, localizada na Avenida
João Carlos Batista s/n, Distrito Nova Vida na Zona Rural, Moju – Pará, CNPJ –
01865551000-80 garante sua Autonomia Administrativa por meio do Regimento
Interno e do Projeto Político-Pedagógico, de acordo com as orientações dos
Órgãos Gerenciadores do Ensino, em consonância com a Constituição da Republica
Federativa do Brasil, 1988; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n°
9.394/96; o Regimento Escolar do Sistema Estadual de Ensino; a Lei Orgânica
Municipal; o Regimento Escolar da Rede Pública Municipal de Ensino; e com atos
Normativos oriundos dos Órgãos da Administração Superior.
2 – HISTÓRICO DA ESCOLA
O Município de Moju, cujo, nome em tupi, significa
“Rio das Cobras”, é uma cidade localizada no interior do Estado do Pará,
fundada sob a lei n° 279, de 28 de agosto de 1856 e possui uma área de
aproximadamente 9.724 km².
Nesta
área localiza-se a comunidade da Vila Nova Vida, zona rural, na rodovia PA 252,
a 38 km da sede do Município. A referida comunidade foi fundada aos dias 21 de
maio de 1985, em conseqüência da implantação da Empresa Socôco Agroindustrial
da Amazônia S/A, que investe no plantio de coco nesta região, empregando
trabalhadores vindos de outras regiões, principalmente do Nordeste. Atualmente
a vila tornou-se Distrito Nova Vida, encontrando-se com aproximadamente 2.200
habitantes.
A Escola foi fundada dentro dos limites da fazenda
Socôco no ano de 1983, com o nome de “Escola Sococo”. A princípio com 4
(quatro) salas de aulas, atendendo quase que exclusivamente os filhos e
funcionários da empresa. No ano de 1987, pelo Decreto 065/87, de 22 de
Dezembro, constitui-se em “Escola Municipal Nova Vida”, em convênio com a
Prefeitura de Moju e a Empresa Sococo.
Já no ano
de 1993, sob o Decreto 90/93, assinado entre Empresa Socôco e Prefeitura de
Moju, o nome da Escola passa a ser “Escola Municipal em Regime de Convênio do
Ensino Fundamental e Médio Major José Tenório”; em homenagem ao fundador do
Grupo Empresarial Sococo, o Major José Tenório, nascido em 5 de Novembro de
1905, no Engenho Estrela, Município de Atalaia – Alagoas. A Escola funcionou na
Empresa até o final do ano de 2003, com 7 (sete) salas de aula.
Com o crescimento da demanda e sentindo a
necessidade de melhor atender a comunidade da Nova Vida e seus arredores, o
governo Estadual e Municipal, em parceria com a Empresa Socôco, construíram a
maior Escola da zona rural do Município de Moju.
Em 2004,
a Escola Major José Tenório passa a funcionar dentro da comunidade Nova Vida,
atendendo mais de 900 (novecentos) alunos, funcionando em 3 (três)
turnos(manhã, tarde e noite), com 13 (treze) salas de aulas, contando com
sistema de transporte escolar, com 4 (quatro) ônibus para atender alunos de
comunidades vizinhas como: Luso, Campina, Maratipal, Castanhandeua, Curuperé,
Serrana, Boa Fama, Santa Maria, por exemplo, dentre outras.
Atualmente, a referida Escola tem mais duas salas
de aula anexas, que funcionam no prédio da Casa do Agricultor, totalizando 15
salas de aula. A instituição conta com um quadro de 57 (cinquenta e sete)
servidores. Possui 31 (trinta e Um) professores com graduação em várias áreas
do conhecimento e 26 (vinte e seis) pessoas de apoio, que têm como recursos:
carteiras, mesas, quadro branco, aparelho de DVD, mimeógrafo, máquina
datilográfica, computadores com impressoras, freezers, armários, ventiladores,
fogão, retro projetor, Microsistem e data show.
No ano de 2009 a comunidade escolar constrói os
primeiros Projetos de intervenção educativa para melhor atender mais de 1300
(mil e trezentos) alunos. E afirma sua autonomia Pedagógica e Administrativa,
por meio da construção participativa de seu Projeto Político Pedagógico, que
retrata os anseios e desejos de ter excelência na qualidade do ensino público.
Assim, a Escola buscando ser referência no
município de Moju, fazendo jus ao seu grande porte, mediante o talento e
qualificação profissional continuada de seus trabalhadores da educação,
ofertando maiores benefícios de produtos do conhecimento sistematizado à
comunidade local e à sociedade em geral.
3 – MISSÃO
Desenvolver o pensamento crítico-reflexivo sobre as
conquistas e apropriações do saber e do fazer social ao longo da história, para
que o ensino e o aprendizado escolar sejam reconstruídos com intencionalidade
educacional por esta comunidade escolar, de forma educativa, para que a (o)
estudante possa descrever, compreender e interpretar os fenômenos sociais por
meio do ensino, da pesquisa e da extensão dos benefícios do conhecimento
científico a sociedade, com excelência de qualidade.
4 – ABORDAGEM PEDAGÓGICA
A construção da identidade desta Escola se
orientará pela Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos/Histórico-Crítica, que,
segundo a decisão de ampla maioria de trabalhadores da educação lotados nesta
Unidade de Ensino em reunião deliberativa, deve ser assumida e defendida por
toda a comunidade escolar, forjando a integralização do Brasil como um “Estado
Democrático de Direito”. Nesse sentido, busca-se em nossa comunidade o
amadurecimento no pensamento crítico-pedagógico inspirado nessa concepção de
democratização do saber sistêmico na comunidade, no Brasil e no mundo.
Portanto, todas as técnicas e métodos de ensino
desta Escola da Zona Rural devem ser adequados à referida abordagem pedagógica
na disseminação do produto do conhecimento à comunidade escolar, visando o
preparo para o mundo do trabalho e o progresso social, para fornecer aos
estudantes pré-requisitos de saberes necessários para que todos possam usufruir
dos meios de produção, resultado de pesquisas nas diversas áreas do
conhecimento.
5 – ABORDAGEM PSICOLÓGICA
A Escola tem a Psicologia Histórico-Cultural,
segundo as contribuições de Vygotsky, como princípio que norteará as abordagens
educacionais para o desenvolvimento didático e metodológico no processo
ensino-aprendizagem. Pois se acredita que as condições e circunstâncias dos
problemas do sistema público nacional de educação, advêm do tradicional hábito
comportamental de ensinar com base em princípios da minoria de classes
privilegiadas da sociedade. Fato que ainda não permitiu à maioria da população
apreender, para reconstruir os conceitos de liberdade, de direito à
propriedade, de cidadania e democracia, para suprir as necessidades e
aspirações da população local na universalização do saber. Para tanto, deve-se
estimular as (os) estudantes por meio do trabalho docente, a partir do Nível de
Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem político-pedagógica Proximal da
comunidade escolar.
A escola na função de educar não poderá, de forma
alguma, ficar alheia aos referidos problemas existenciais. Por isso, esta
Unidade de Ensino deve intervir para a mudança de atitude, criando condições
para que a comunidade escolar seja provocada e desafiada a apropriar-se dos
saberes que determinam o poder das “circunstâncias” sociais e educacionais do
Brasil, mediante o exercício na democratização do conhecimento, nas práticas
docentes e discentes.
A comunidade escolar não poderá mais parar diante
do incômodo segregado de seus membros, que por falta de princípios de
cooperação, ética, solidariedade e respeito, competem entre si pela defesa de
um ou outro interesse particular sem, no entanto, conhecer com propriedade os
fatores de causa e seus efeitos de uma ou outra prática, que desarticula todos
os fundamentos estruturais do poder comunitário/democrático. O conhecimento
acadêmico e o científico devem produzir ascensão moral de poder intelectual ao
indivíduo e à coletividade em geral, para a sustentabilidade e progresso com
bem estar social.
6 – FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS
-
difundir a razão objetiva e o rigor da ciência nas investigações para educar e
mobilizar a comunidade, na garantia seus direitos civis e políticos, enquanto
fração popular do Estado Democrático de Direito, por meio de processos
educativos;
- fazer
uso da ética no processo ensino-aprendizagem, para que o poder gerado pela
apropriação do conhecimento científico não seja usado, de modo violento e
injusto, contra a liberdade de ensinar e de aprender da pessoa humana;
-
democratizar, por meio do trabalho de extensão, os benefícios do conhecimento
em favorecimento do bem comum;
-
compreender a importância da ciência, historicamente construída e (re) construída
pela Filosofia da Escola, para considerar a origem e a base filosófica de todas
as áreas do conhecimento contidas nas disciplinas da Base Nacional Comum,
segundo as especificidades da zona rural.
7 – JUSTIFICATIVA
A intencionalidade educativa afim da comunidade
escolar, no ato ensinar e na atitude de aprender, deve ser o órgão motor de
todas as projeções políticas, reflexos das relações de poder nas organizações
sociais onde a Escola está inserida, e pedagógicas, oriundas da ação de
conduzir os processos educativos, que devem estar contidas em um documento
próprio, este Projeto Político Pedagógico. Contudo, isto não é o que acontece
em 4 (quatro) das 7 (sete) escolas públicas investigadas em 2006, segundo
resultado de estágio supervisionado realizado durante o Curso de Pedagogia de
uma faculdade da metrópole paraense.
A constatação é pior quando se trata de escolas da
zona rural, pois de 9 (nove) escolas investigadas de 3 (três) municípios do
nordeste paraense nenhuma possui um Projeto Político-Pedagógico, que garanta a
sistematização e controle dos processos educativos.
A Escola Municipal Major José Tenório, também da
zona rural, não estava excluída do referido contexto, porém já se percebe o
inicio da conscientização de que se devem orientar todas as forças de trabalho
dos servidores desta Escola, em prol dos benefícios que o conhecimento
sistêmico do processo político-pedagógico participativo pode oferecer a esta
demanda social.
Verificou-se, por meio de reuniões pedagógicas, que
as principais problemáticas da escola provinham da falta de maior
descentralização, seqüente e progressiva, nas decisões e organização do
trabalho pedagógico e administrativo. Outros não menos importantes motivos são
os baixos salários, o pouco financiamento aos projetos de intervenção
pedagógica e a carência de maior qualificação dos profissionais do magistério,
motivos que ainda dificultam a garantia de excelência de qualidade educacional,
proporcional ao porte desta Escola do campo.
A razão do pressuposto, para sistematização e
condução dos processos educativos da Escola por meio do PPP, torna-se um
instrumento que provoca e desafia cada pessoa que constitui o conjunto de
talentos que formam esta Unidade de Ensino, destacando-a, em termos de
qualidade de ensino, dentre as melhores escolas do Município de Moju. Nesse
sentido, verifica-se que a primeira característica de escolas, com excelência
no ensino, torna-se evidente pela construção participativa de seu PPP.
Mediante
a relevância dos fatos, a Escola concentra esforços para garantir a organização
do serviço pedagógico e constrói sua proposta pedagógica, planos, programas e
projetos de intervenção educativa, enriquecendo os componentes curriculares de
disciplinas das diversas áreas do conhecimento, como forma de gerar consistência
no processo interdisciplinar.
Assim, crendo que a educação proceda da
participação dialógica do individuo na e para a comunidade escolar, surge a
autonomia pedagógica e administrativa da Escola Municipal Major José Tenório,
mediante este Projeto Político-Pedagógico, de acordo com os preceitos da Lei
educacional em vigor, provenientes do Ministério da Educação, segundo
princípios da cooperação, das recomendações e das determinações da Secretaria
Municipal de Educação de Moju e do Conselho Estadual de Educação do Pará.
8 – REFERENCIAL LEGAL E TEÓRICO
Garantir-se-á os processos formativos que se
estabelecem e se estabelecerão na Escola Major José Tenório, segundo a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que
ratifica: “Art. 1º - A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais”.
De acordo com o Ministério da Educação – MEC, por
meio da Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação
Básica – DCOCEB, na publicação de “Indagações Sobre o Currículo”, 2008, e seu
processo de construção, onde se pretende cumprir o artigo 210 da Constituição
Federal de 1988, que determina o dever do Estado de fixar conteúdos mínimos
para o ensino fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. [...] No
momento, o que está em discussão é a elaboração de um documento que, mais do
que distribuições de materiais, promova, por meio de uma estratégia dinâmica, a
reflexão, o questionamento e um processo de discussão em cada uma das escolas e
Secretarias de Educação [...] Para o debate com a finalidade de que
professores, gestores e demais profissionais da área educacional façam
reflexões sobre concepções de currículo, relacionando-as a sua prática.
(MEC/DCOCEB/SEB, 2008, p. 5).
A comunidade escolar deve posicionar-se na
construção e defesa da democracia e da humanização na escola, para assegurar a
aprendizagem. Esta escola deve ver a (o) estudante em seu desenvolvimento –
criança, adolescente, jovem e adulto em desenvolvimento biológico, psicológico
e social, portanto, “que considere seus interesses e de seus pais, suas
necessidades, potencialidades, seus conhecimentos e sua cultura.” (MEC/SEB,
2008, p. 7).
Moreira e
Candau (2008, p. 26-7) por meio da etimologia, estudo da origem, formação e
evolução da palavra cultura, é possível formar, em termos educacionais o
seguinte conceito: Cultura é o cultivo da mente humana associado ao processo
geral de desenvolvimento social, que se identifica com a forma geral de vida.
Nesse sentido, quando um grupo compartilha uma cultura, compartilha um conjunto
de significados, construídos, ensinados e aprendidos nas práticas de utilização
da linguagem. A palavra cultura implica, portanto, o conjunto de práticas por
meio das quais significados são produzidos e compartilhados em grupo.
Para associar currículo, conhecimento e cultura a
idéia é abrir as portas, na escola, a diferentes manifestações da cultura
popular, além das que compõem a chamada cultura erudita. Músicas populares,
anúncios, brincadeiras, jogos, peças de teatro, poemas, revistas e romances
precisam fazer-se presentes nas salas de aula. Da mesma forma, levando-se em
conta a importância de ampliar os horizontes culturais dos (as) estudantes, bem
como promover interações entre diferentes culturas, outras manifestações, mais
associadas aos grupos dominantes, precisam ser incluídas no currículo. (MOREIRA
e CANDAU, 2008, p. 41).
O processo educativo deve originar-se, portanto,
sistematicamente da participação intencional educativa no desenvolvimento da
consciência individual e social do sujeito, segundo a filosofia de Dewey apud
Amaral, In: Kishimoto, (2002, p. 94), formando hábitos, treinando suas idéias e
despertando seus sentimentos e emoções [...] o indivíduo vem participar das
riquezas intelectuais e morais que a humanidade logrou reunir. Torna-se
herdeiro dos recursos da civilização. A educação mais formal e técnica do mundo
não pode, de modo seguro, desviar-se desse processo geral.
Daí surge a função de educar:
À educação cabe, então, propiciar um ambiente
favorável [...] aquele próprio de um mundo produzido e valorizado por
aspirações sociais democratizantes. Então, o que resta a educação como tarefa,
senão a importante missão de reorganizar, reconstruir e revitalizar
continuamente a experiência democrática de vida dentro e fora da escola?
(AMARAL, In: KISHIMOTO, 2002, p. 98,).
Ou seja, a escola deve concentrar esforços para
ensinar o indivíduo e a sociedade a construir novos conceitos de vida, tendo em
vista a cultura e a dinâmica social.
As lutas
pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes, vêm se constituindo um dos
campos de avanço político significativo na história dos movimentos populares e
na história da construção da cidadania [...] nos aproximamos de uma possível
redefinição da reflexão entre cidadania e educação [...] no sentido de que a
luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde
se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação
não é uma precondição da democracia e da participação, mas e parte, fruto e
expressão do processo de sua constituição. (ARROYO; BUFFA; NOSELLA, 1987, p.
79).
O filósofo John Dewey (1938, p. 95) defendia a
experiência como meios e metas da educação, afirmando que “o princípio de
educação, para realizar seus fins, tanto para o indivíduo quanto para a
sociedade, deve basear-se em experiência – que é sempre a experiência atual de
vida de algum indivíduo”. Por isso, esta Unidade de Ensino fundamentar-se-á na
teoria psicológica Histórico-Cultural para a prática do ensino, porque busca
determinar condições de autonomia intelectual favoráveis à formulação de novos
conceitos a partir das relações humanas dentro e fora do ambiente escolar,
visando alcançar a plenitude de um sistema democrático de educação.
Segundo Oliveira (1992, p. 33) com base nas
considerações de Vygotsky sobre a idéia geral do desenvolvimento humano, a
formação de conceitos é gerada nas situações concretas e nas experiências
pessoais [...] as diferenças qualitativas no modo de pensamento de indivíduos
provenientes de diferentes grupos culturais estariam baseadas, assim, no
instrumento psicológico advindo do próprio modo de organização das atividades
de cada grupo.
O desenvolvimento do conceito surge a partir dos
costumes, crenças e práticas cotidianas de uma comunidade (escolar) e/ou
sociedade, numa relação de interdependência dos sujeitos. Nesse sentido,
Braslavsk (1983) apud Duarte (2007, p. 99) com base nas investigações de
Vygotsky, revela a existência de dois níveis de desenvolvimento: 1) o Nível de
Desenvolvimento Real (NDR), que, como os testes de inteligência, determina até
onde a criança resolve os problemas sem ajuda; 2) o Nível de Desenvolvimento
Proximal (NDP), que determina até onde essa criança pode avançar na solução de
problemas mais difíceis, desde que ajudada. A Zona de Desenvolvimento Potencial
(ZDP) é definida pela distância entre o Nível de Desenvolvimento Real,
manifesto na resolução independente de problemas, e o Nível de Desenvolvimento
Proximal, manifesto na solução de problemas sob a orientação de um adulto ou
com a colaboração de um companheiro mais capaz.
Portanto, a dinâmica do processo
ensino-aprendizagem na sala de aula deve levar em consideração a história
pessoal de cada indivíduo que compõem a comunidade escolar e também as peculiaridades
em que se dá a apropriação do conhecimento (nível de desenvolvimento do
conhecimento sobre o objeto de estudo, procedência econômica, linguagem,
imaginário), a condição concreta do professor (condições de vida e de trabalho,
expectativas, valores e concepções) e sua inter-relação com o ambiente em que
se processa o ensino (forças institucionais, estrutura administrativa, rede de
relações inter e extraescolar). “Por outro lado, significa analisar os
conteúdos e as formas de trabalho em sala de aula, pois só assim se poderá
compreender como a escola vem concretizando a sua função socializadora” (ANDRÉ,
2004, p. 44-5).
9 – METODOLOGIA DOS CURRÍCULOS:
PROGRAMAS, PROJETOS E PLANOS DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA
As formas e meios de condução dos processos de
ensino e de aprendizagem desta Instituição de Ensino far-se-á com base no
Regimento Interno, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), nos
questionamentos propostos pela Comunidade Escolar e pela Diretoria de
Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica (DCOCEB), que é
vinculada à Secretaria de Educação Básica (SEB), do Ministério da Educação
(MEC).
Segundo o
Art. 58 do Regimento Interno desta Escola
Os Conteúdos Curriculares e Programas do Ensino
Fundamental, bem como a parte diversificada devem ser integradas de forma
seqüente com os componentes curriculares do Ensino Médio, por meio de
disciplinas da Base Nacional Comum, priorizando as necessidades regionais e
locais da sociedade, tendo em vista os aspectos políticos, econômicos e culturais
da clientela.
Na sequência, o Art. 59 ratifica que
A
organização curricular de cada disciplina ficará a cargo do (s) professor (es)
e do Serviço Pedagógico da Escola, os quais aplicarão metodologia específica,
do PPP, às suas áreas de conhecimento, tendo como foco os alunos e alunas e os
princípios fundamentais de liberdade individual de aprender, ensinar, pesquisar
e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o saber, proporcionando a
interdisciplinaridade nas atividades educativas,
por meio
de planos de trabalho, projetos de intervenção pedagógica e programas de ensino
e de extensão dos benefícios do conhecimento à comunidade, que devem ser
arquivados em local apropriado (Secretaria e/ou Direção da Escola) para
consulta.
9.1 – Estrutura Curricular
Constituem-se disciplinas obrigatórias e/ou
componentes curriculares da Base Nacional Comum, inclusive para Exames do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio, na modalidade Educação de Jovens e
Adultos, de modo a possibilitar a trajetória dos estudantes na Educação Básica,
segundo a Resolução n º320 de 08 de Novembro de 2007, do Conselho Estadual de
Educação:
I – Do
Ensino Fundamental:
a –
Língua Portuguesa;
b –
Matemática:
c –
Ciências;
d –
História;
e –
Geografia;
f –
Artes;
g –
Educação Física;
h –
Língua Estrangeira ( no equivalente aos anos/séries finais)
II – Do
Ensino Médio:
a –
Língua Portuguesa;
b –
Língua Estrangeira;
c –
Matemática;
d –
Física;
e –
Química;
f –
Biologia;
g –
História;
h –
Geografia;
i –
Filosofia;
j –
Sociologia;
k –
Artes;
l – Educação
Física.
Os
componentes curriculares de História, Arte e Literatura da Lingua Portuguesa,
segundo a Lei 10.639/03, deverão considerar pressupostos da História e Cultura
Afro-Brasileira, que de forma interdisciplinar deve ser abordada nas demais
disciplinas da Base Nacional Comum.
9.2 – Atividades Curriculares
Sem prejuízo dos conteúdos mínimos determinados
pelas Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais, e da autonomia da Escola
no atendimento às necessidades da comunidade escolar, constituem-se como
atividades curriculares:
a)
disciplinas;
b)
produções de trabalhos individuais e em grupos;
c)
participação em projetos de ensino, pesquisa e extensão da produção do
conhecimento à comunidade;
d)
participação em eventos científicos e culturais;
e) produções
socioeducativas;
f)
visitas pedagógicas às instituições de ensino técnico e superior e às empresas
de médio e grande porte;
g)
excursões educativas para fins de construção de relatórios investigativos;
h)
seminários;
i) outras
consideradas importantes pela Equipe Pedagógica e pelo Conselho Escolar, para
aperfeiçoamento dos (as) estudantes.
O PPP da
Escola contém, assim, um currículo intensivo, composto por um conjunto de
atividades curriculares, que são todas as ações de ensino e de aprendizagem
relevantes para a aquisição de competências e habilidades necessárias ao
desenvolvimento educativo da comunidade escolar. Cabe ao Serviço Pedagógico
orientar o estabelecimento de procedimentos didáticos e pedagógicos das
atividades, fornecendo assessoramento técnico.
9.3 – Programas
9.3.1 –
Definição
Os
Programas do PPP são instrumentos Político-Pedagógicos que orientam, conduzem e
integram os Planos e Projetos. Por isso, nos Programas são determinadas regras
gerais de procedimentos que garantem a interdependência harmônica de todas as
ações pedagógicas e de extensão desta Unidade de Ensino.
9.3.2 – Programa de Extensão
9.3.2.1 – Finalidade
O Programa de Extensão deverá forjar procedimentos
e regras para o cumprimento de atividades que constam no PPP, em cumprimento ao
Regimento Interno da Escola, Art. 4º, Incisos I, IV e V, para o alcance dos
seguintes objetivos:
a –
estimular a pesquisa e o pensamento reflexivo sobre os problemas desta Escola
de campo na interação de idéias, para o pleno desenvolvimento do educando
enquanto ser biológico, psicológico, social, político e cultural na região na
qual está inserido;
b –
construir a identidade desta Escola do campo por meio das manifestações da
diversidade cultural específica dos estudantes e da memória coletiva, numa
concepção de mundo em que se possam perceber as oportunidades do presente,
compreender o passado e projetar o futuro, apropriando-se da ciência e da
tecnologia, para melhorar a qualidade da vida coletiva do país na construção de
nossa própria história;
c –
contribuir na formação continuada permanente dos profissionais da educação
desta Unidade de Ensino, em serviço, inclusive com licença remunerada para tal
aperfeiçoamento, em nível de graduação e Pós-Graduação, para que tenham pleno
domínio crítico dos conteúdos que ensinam e, com estes, estimulem os estudantes
a produzirem mudanças que melhorem a vida em sociedade por meio da
democratização desses saberes.
9.3.2.2 – Objetivo:
-
selecionar Projetos das Feiras de Ciências desta Escola que possam proporcionar
benefícios diretos à comunidade local e à sociedade, como forma de promover a
extensão e a democratização do conhecimento científico.
9.3.2.3 – Sub-Programa: Clube de
Ciências
Objetivo:
Proporcionar assessoramento técnico-pedagógico e científico para
aperfeiçoamento dos Projetos mais significativos das Feiras de Ciências da
Escola, para tornarem-se instrumentos de suporte ao programa de extensão desta
Unidade de Ensino, por meio da parceria com instituições de ensino superior e
empresas de médio e grande porte do Estado do Pará.
9.4 – Programa do Fundo
Pró-Recreação: Esporte e Cultura Educativa
9.4.1 – Finalidade
O Fundo Pró-Recreação: esporte e cultura educativa;
deve subsidiar a consistência das ações pedagógicas desta Instituição de
Ensino, por meio de normas e procedimentos gerais, que visam alcançar, mediante
o PPP, os seguintes objetivos contidos no Regimento Interno, art. 4º, Incisos
II, III:
a –
consolidar a autonomia administrativa e pedagógica desta Unidade de Ensino e o
fortalecimento do Conselho de Classe, do Conselho Escolar e do Conselho dos
Representantes de Turma, para defenderem um projeto de desenvolvimento que
torne possível à população do campo viver com dignidade no exercício de seus
direitos de ser humano e deveres de convivência democrática;
b –
incentivar a autogestão no processo de elaboração, desenvolvimento e avaliação
constante da proposta pedagógica desta Instituição de Ensino, para permanente
atualização e adequação de técnicas e métodos educativos à formação para o
mundo trabalho e o progresso social, economicamente justo e ecologicamente
sustentável.
9.4.1.2 – Objetivos:
-
promover festivais, pelo menos uma vez por ano, no fim do mês de Junho e/ou
Dezembro, para levantar recursos financeiros próprios à manutenção dos Projetos
de Intervenção Educativa, no que se refere à alimentação de pessoal e às
viagens de visitas Pedagógicas às Instituições de Ensino Superior e às Empresas
de Médio e grande porte do Estado do Pará.
-
incentivar a participação de cada segmento humano da comunidade
tenoriana/escolar (alunos, professores, pais e pessoal de Apoio Administrativo)
nos processos político-pedagógicos referentes às deliberações e fiscalização da
aplicação de recursos próprios nos Projetos Pedagógicos, para garantir a
democracia e a progressão moral e intelectual das ações comunitárias desta
Escala do campo.
9.4.1.3 – Sub-Programa: Festa de
Confraternização Anual da Comunidade Tenoriana
Objetivo:
organizar festa de confraternização entre todos os segmentos da comunidade
escolar, para comemorar o fim do ano letivo com ênfase nas conquistas
educacionais, por meio do trabalho comunitário.
9.5 – Metodologia dos Programas:
a – os
recursos materiais para a promoção de festividades devem ser doados pela
própria comunidade escolar interessada;
b – a
organização das festas deve ficar por conta dos alunos e alunas e professores e
professoras interessados, que dividirão tarefas e turnos de trabalho, no
desenvolvimento de Programas e de Projetos, principalmente aqueles
desenvolvidos em finais de semana, feriados e/ou período de férias;
c – a
prestação de contas deve ser realizada em reunião com a comunidade escolar,
onde terão destaque para argumentos, preferencialmente, os representantes do
Conselho Escolar e do Conselho dos Representantes de Turma, que deliberarão em
plenária sobre as melhores formas de aplicação dos recursos, provenientes do
lucro da (s) festa (s), nos Programas e Projetos de Intervenção Educativa;
d – a
Administração Pública deverá ter participação efetiva no fornecimento de
estrutura física adequada, pagamento de pessoal e despesas adicionais, quando
se tratar de atividades educativas de extensão.
9.6 – Avaliação de Programas e
Projetos
A avaliação de ocorrerá em reunião específica,
determinada pela Gestão e Coordenação Pedagógica da Escola, com direito de
participação estendido a todos os membros da comunidade escolar e representante
(s) da Administração Pública, quando serão analisados:
a –
quantitativo de representantes de todos os segmentos da comunidade escolar na
organização, execução, desenvolvimento e avaliação de Programas e Projetos;
b –
propostas de aperfeiçoamento e inovação;
c –
financiamento, participação e responsabilidade social da Administração Pública
nos Programas, Projetos e Planos desta Instituição Pública de Ensino.
9.7 – Projetos e Planos de
Intervenção Educativa
9.7.1 – Finalidade
Os Projetos e Planos terão a função instrumental,
didática e metodológica de formar elos de interdisciplinaridade entre as
disciplinas da Base Nacional Comum e a transdisciplinaridade, por meio dos
Temas Transversais dos novos Parâmetros Curriculares, que incluem Ética, Meio
Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, além de Temas de
temas oriundos de problemas referentes às peculiaridades da comunidade local, onde
a Escola está inserida.
Cada Projeto e/ou Plano surgirá, natural e
obrigatoriamente, dos problemas mais relevantes que envolvem considerável
número de integrantes desta comunidade escolar. Vale ressaltar que os
responsáveis pela execução dos Projetos e Planos, sempre serão as pessoas que
estão diretamente envolvidas no problema que requer organização e
sistematização pedagógica. Portanto, o serviço pedagógico, na maioria das
vezes, apenas assessoramento e auxílio técnico quanto a estrutura e o método de
intervenção educativa.
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